sábado, 17 de dezembro de 2011

Nikos Kazantzakis

Nikos Kazantzakis é escritor, poeta e pensador grego. Tornou-se mundialmente conhecido quando em 1964, já falecido, Michael Cacoyannis fez de sua novela, Zorba, o grego, um filme. Outra obra de Kazantzakis, também levada às telas, por Martim Scorsese, foi A última tentação de Cristo. Na época do lançamento do livro, em 1948, o autor foi excomungado pela Igreja. Quando, em 1988, foi lançado o filme, a polêmica não foi menor. Morreu em 1957, aos 74 anos deixando obras memoráveis. "Não tenho nenhuma esperança. Não tenho medo de nada. Sou livre." Este é o epitáfio gravado em seu túmulo em Heraclion, na Ilha de Creta.

O primeiro livro de Kazantzakis que li foi A última tentação de cristo, talvez influenciado pelo filme de Scorsese, que assisti no último ano do ensino médio. Cristão ortodoxo, o autor declarou que sempre acalentou uma curiosidade a respeito de um Jesus Cristo diferente daquele retratado na Bíblia. Um Cristo de carne e osso, com emoções, dúvidas, medo e aflições. Na obra de Kazantzakis, Jesus teria sido um homem normal, de origem simples que temera por seu futuro, vendo-o se bifurcar entre a sua realização de ser humano e o cumprimento das profecias que seus antepassados predisseram. Há questões polêmicas, como o fato de a traição de Judas ter sido consentida pelo próprio Cristo e sua morte ser do interesse exclusivamente dos judeus. Um livro polêmico! E é aí que reside o que ele tem de melhor.

Outro livro de Kazantzakis que li foi O Cristo recrucificado, de 1945, ambientado na aldeia grega de Anatólia (cristã), sob dominação turca (muçulmana). Um romance poderoso, emaranhado de cobiça, avareza, mesquinhez, descaso, mediocridade, resumido na mais visível putrefação moral dos personagens chamados de “notáveis”. Manólios é escalado para interpretar Cristo na encenação anual que acontece na Páscoa. O problema é que o rapaz passa a levar a sério a personalidade de Jesus e, baseado nos ensinamentos desse, lidera uma rebelião contra a dominação turca e seus “notáveis”. O autor usa a pequena aldeia grega como metáfora para criticar qualquer tipo de dominação e opressão. É um livro que é impossível não ler.

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