terça-feira, 6 de dezembro de 2011

George Orwell

George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 1903 na Índia, então colônia britânica, filho de pai inglês e mãe francesa. Foi para a Inglaterra aos oito anos. Entre 1917 e 1921 foi aluno de Aldous Axley no tradicional Eton College (embora não existam evidências de contato entre os dois fora da sala de aula nesse período). Considerado um dos melhores cronistas da cultura inglesa do século XX, escreveu ficção, artigos jornalísticos, crítica literária e poesia. Socialista, foi lutar aos lados dos republicanos na Guerra Civil espanhola. No entanto, a sua crença no “Socialismo democrático” fica abalada pelo socialismo real stalinista, o que o leva a escrever, em 1945, A revolução dos bichos. Mais tarde em 1949, escreve 1984, também uma crítica ao absolutismo stalinista.

Li 1984 em princípios dos anos 2000. Não conhecia a obra de Orwell e encontrei-o por acaso num sebo. É um livro extraordinário! Esse livro é fruto do desencanto de Orwell com a faceta stalinista do socialismo. A história se passa no “futuro” ano de 1984 na Inglaterra, que é chamada no livro de Pista de Pouso nº 1, parte integrante do megabloco da Oceania (congregação de países de todos os oceanos). Narrado em terceira pessoa, conta a história de Winston Smith, membro do partido e funcionário do Ministério da Verdade. Sua função é reescrever e alterar dados de acordo com os interesses do partido. Na sociedade idealizada no livro, todos são vigiados 24 por dia pelo “Grande Irmão”, o chefe máximo da nação. Qualquer deslize e o individuo sumia. Inspirado nos regimes totalitários das décadas de 30 e 40, o livro é uma crítica a toda nivelação da sociedade e a redução do indivíduo a mera peça para servir ao Estado.

Agora acabei de ler A revolução dos bichos, que foi escrito primeiro do que 1984, mas que também é uma crítica aos regimes totalitários. Na época em que foi lançado, 1945, causou mal-estar pois logo se percebeu que era uma sátira ao regime stalinista e os russos ainda eram vistos como aliados do Ocidente na luta contra o Nazismo. O livro nos conta a tomada do poder pelos animais numa fazenda, a Granja do Solar. O que era para ser a libertação dos animais da exploração humana passa a ser a exploração dos animais pelos próprios animais. Era impossível não perceber as semelhanças entre Napoleão, o porco opressor, com Stalin, e de Bola-de-Neve, o porco proscrito, com Trostsky. Com a Guerra Fria, o Ocidente passou a usar a fábula de Orwell como propaganda anticomunista. Independente de como foi utilizada é uma obra de arte literária.

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