quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Antes só...

O IBGE divulgou pesquisa que aponta o crescimento da taxa de divórcio no Brasil. Em 2010, a taxa de 1,8 divórcios para cada mil habitantes. Em 2007, era de 1,4. Em 2008, 1,5. Em 1989, era de 0,8. Ou seja, mais do que dobrou a taxa de divórcio. O aumento é creditado às mudanças na legislação, que acabou com o instituto da separação e os conseqüentes prazos legais. Hoje, para se divorciar não há necessidade de esperar o prazo de separação de corpos, que era de dois anos. Basta querer e pronto! Isso é bom? Claro que é. Nenhuma relação fadada ao fracasso precisa perdurar indefinidamente.

Até 1977, o casamento “dava certo” por que não existia o divórcio. Logo depois da instituição do divórcio, o casamento continuou “dando certo” por que a mulher, ao divorciar-se carregava o estigma de “mulher separada”, o que muitas vezes queria dizer ser “puta”. Outro motivo era que a dependência financeira feminina prendia os dois lados no laço matrimonial. A mulher por não ter como manter-se fora do casamento. O homem em dívida de “gratidão”, por tê-la tirado de casa, não podia “abandoná-la”. Resultado: bodas de prata, de ouro e um inferno doméstico. Nessas circunstâncias, o casamento “dava certo”.

Com isso quer dizer que o casamento nos moldes tradicionais acabou? Quase! Existe alternativas mais viáveis ao casamento tradicional, como a união estável (è mais fácil de separar-se) ou o casamento em lares diferentes. Uma alternativa mais radical, mas não menos acertada, é simplesmente, não casar. Uma relação afetiva é complicada sob qualquer circunstância. Por isso não faltam psicólogos e religiosos ensinando os casais a “trabalhar” a relação. Uma relação que precisa ser “trabalhada” está fadada ao fracasso! O casamento, indiscutivelmente, é o caminho mais curto para a separação. Então, ao invés de trabalhar a relação, aconselha-se trabalhar o divórcio, para que ele se dê sem traumas.

Fico buscando respostas para a insistência das pessoas em casar. Pressão social existe. Ainda vêem com reservas casais que namoram indefinidamente ou casam e vivem em casas separadas. Mas sou forçado a acreditar que as pessoas casam por falta de maturidade. As pessoas não conseguem sustentar uma relação se não tiverem a outra sob as suas vistas. Se não tiverem conhecimento de todo o cotidiano do outro. Os rituais diários, que levam a uma intimidade sem reservas, acaba com qualquer relação. Outra razão poderia ser o fetiche. Sim, o fetiche. O casamento, na visão dessas pessoas, representa a posse. Ter a posse ou ser a posse de alguém. Ou os dois. Se ambos estão seguros dessa posse recíproca, a relação corre o risco de durar. Se for apenas um fetiche passageiro, o fracasso é iminente.

Na maioria das vezes, antes só do que sendo má companhia.

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