sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O inferno são os outros


A frase acima é do personagem Gracin, da peça de teatro Entre quatro paredes, do filósofo francês Jean-Paul Sartre, escrita em 1944. Através do seu personagem, Sartre nos fala sobre a subjetividade que há nas relações entre os indivíduos, que pode levar, quando não temos o discernimento de que cada um responsável pelas consequências de suas escolhas, a conflitos. Para Sartre, a existência precede a essência. A essência somente virá a partir de uma série de decisões que tomaremos no decorrer da vida. E somente nós somos responsáveis por essas decisões. Em outras palavras, somos os únicos responsáveis pela nossa essência. 
Todo esse preâmbulo é para falar do pastor Lúcio Barreto, da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, que, para chamar os jovens para um culto na igreja Missão Evangélica Praia da Costa, em Vila Velha, no Espírito Santo, colocou uma foto sua “cheirando” uma Bíblia. De imediato, “cabeças pensantes” criticaram duramente o pastor, acusando-o de associar o Evangelho ao vício e às drogas. Bobagem! O inferno está nas cabeças desses botocudos. Ao pastor usou uma estratégia que ele acredita ser a mais eficaz para atrair jovens que tem envolvimento com drogas. É uma decisão dele! Ele conhece a sua clientela.
Quem também sofreu o patrulhamento religioso foi o comediante Renato Aragão, o Didi. Ele iria gravar um filme chamado O segundo filho de Deus, o que ele nega, onde seu personagem, Didi Mocó, seria enviado à terra para cumprir uma missão que Jesus não teria conseguido. A produtora do filme nega que esse seria o roteiro. De imediato os botocudos encheram as redes de sociais de ataques ao comediante. Mais uma vez o inferno está na cabeça descerebrada de quem ataca! O filme é uma peça de ficção, assiste-o quem quer. Não podemos ficar à mercê dos infernos alheios, podando a nossa liberdade de criar e fazer escolhas. Na minha essência mando eu!       

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