quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O profano e o nem tão sagrado assim

Dizem que tenho preconceito com evangélicos. Não tenho. Só procuro ser exigente com eles na medida em que eles são com todos os “pecadores”, entre eles eu me incluo. O grande problema é que os evangélicos, sem querer generalizar, se acham os únicos escolhidos para habitar o Reino dos Céus, seja lá o que isso queira dizer. O resto da humanidade, que não compartilha da mesma fé que eles, está condenado ao fogo eterno do inferno. Tem também esse destino aqueles evangélicos que não possuem uma visão tão estreita do cristianismo. Vamos aos fatos.

No último sábado do ano o programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo, estava sendo gravado numa praia do Ceará. Praia requer pouca roupa, o que não é problema para as “coleguinhas” do apresentador Luciano Huck, suas ajudantes de palco. Nesse dia, foram convidados a cantora gospel Ana Paula Valadão ( que já foi acusada por Edir Macedo de ser “endemoniada) com o grupo Diante do Trono e o rapper Pregador Lou. Todos dançaram ao som da música evangélica (argh!) e o rapper até tirou uma fã (só de canga) pra dançar agarradinha com ele. Todos louvaram a quem tinham que louvar, mesmo com pouca roupa (não os cantores, só a platéia).

Foi o suficiente para os empedernidos defensores do paraíso se revoltarem. “A Rede Globo está conseguindo profanar a música evangélica”, disse o bispo André Santos, da igreja Nova Vida. Não é demais dizer que é o pastor é quem profana a inteligência quem atem minimamente. A notícia boa foi o fiasco da Festival Promessas, a tentativa da Globo de enveredar pelo segmento gospel. O evento, só com atrações gospel, aconteceu no início de dezembro no Aterro do Flamengo, no Rio, e a emissora esperava atrair cerca de 200 mil pessoas. Apareceram cerca de 20 mil. A Globo estuda a possibilidade de não mais investir no segmento. Se o inferno for como a praia cearense, recheada de morenas com trajes suntuosos, o capeta pode contar com a minha presença. Desde que não tenha música gospel.

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