sábado, 28 de janeiro de 2012

A "moda" dos anos 80

Terça passada estava assistindo no Sem frescura, do Canal Brasil, uma entrevista com o cantor e compositor baiano Marcelo Nova. Quem tem mais de 30 anos lembra-se de Marcelo nova nos anos 80, com a banda Camisa de Vênus e, depois, na parceria genial com Raul Seixas. Nova afirmou, no programa, que o rock surgido na época foi uma “moda” e que só aconteceu por que houve maciço investimento por parte das gravadoras. Para corroborar a sua tese, cita como exemplo a lambada, que surgiu logo depois, que também teve investimentos das gravadoras e que desapareceu para nunca mais aparecer.

Nova está meio certo. Indiscutivelmente houve alto investimento das gravadoras. Era um novo filão e elas não poderiam perder a oportunidade. Mas existe uma diferença abissal entre a lambada e o rock dos anos 80. A lambada se foi para nunca mais voltar. O rock dos anos 80, não. Das inúmeras bandas e artistas solos que foram criados e lançados pelas gravadoras, vários continuam a fazer sucesso como Titãs, Roupa Nova, Kid Abelha, Lobão, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso. Mesmo as bandas que deixaram de existir, como é o caso da Legião Urbana, Engenheiros do Havaí, RPM, Barão Vermelho tem suas músicas regravadas e tocadas na mídia.

Mesmo aquelas bandas ou artista de quem nunca mais ouvimos falar deixaram músicas que até hoje são tocadas, como é o caso de Camila (1987), do Nenhum de nós, Menina Veneno (1983), de Ritchie e Amante Profissional, do Herva Doce. O próprio Marcelo Nova, cuja banda, Camisa de Vênus, não existe mais tem músicas inesquecíveis, como Eu não matei Joana D’Arc (1985) e Silvia (1985). E não precisa ter mais de 30 para cantar as músicas dos anos 80. Vejo adolescentes de 15, 16 anos ouvindo e cantando músicas da Legião e do Titãs. Podem chamar o rock dos anos 80 de “moda”. Mas é uma moda que nunca deixou de ser moda.

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