quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um general romântico e um Garotinho maroto

O novo comandante da operação de cerco aos policiais em greve que estão na Assembléia Legislativa da Bahia é o Chefe do Comando Militar do Nordeste, general Odilson Sampaio Benzi. E cadê o general Gonçalves Dias, o antigo comandante? Caiu. O general, antes de ontem, comemorou seu aniversário com os grevistas e, ao receber um bolo comprado na padaria da esquina, soltou as lágrimas. E saiu com uma frase de uma ingenuidade acachapante: “Presente é comandar essa missão e criar novos amigos.” Amigos, general? Espera um eventual conflito e o senhor vai ver os seus novos amigos atirando nos seus soldados.

A cena constrangeu as forças armadas. Também pudera. Um senhor de idade, envergando uma farda de general do exército, comandando uma missão em que há risco de conflito, se confraternizar com o inimigo no dia do seu aniversário derramando lágrimas é, no mínimo, surreal. Imagine o general numa guerra! A sorte é que numa guerra é difícil encontrar padaria aberta. De tão emotivo, o general autorizou a entrada no prédio da Assembléia Legislativa de almoço, água e medicamentos. Desse jeito general não se ganha guerra nenhuma. Com o novo comandante essas “regalias” acabaram. Os grevistas vão sentir saudades do seu novo amigo.

O que o general Gonçalves Dias tem de ingênuo, outros têm de espertos. Através de escutas telefônicas autorizadas pela justiça, a PF flagrou o líder dos PMs baianos Marco Prisco, combinando com Benevenuto Daciolo, líder do bombeiros cariocas, a nacionalização das greves das PMs. As escutas descobriram que tem político apoiando o movimento. Quem? Anthony Garotinho, aquele que só deixa as lágrimas brotarem para obter algum proveito para si. Que Garotinho é um rebotalho humano só os seus seguidores duvidam. Mas jogar a população de todo o país nas mãos de policiais armados e em greve é de um oportunismo político de dá nojo.

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