quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Caridade do alto do púlpito

Tem gente que gosta de fazer caridade. Ótimo. Tem gente que faz caridade com dinheiro público. Se tiver tudo dentro da lei, também é bom. Afinal, muitas vezes o governo não consegue dá conta da demanda, precisando do auxílio de associações sem fins lucrativos para fazer a ajuda chegar até quem precisa. E tem gente que gosta de fazer caridade com dinheiro público para si mesmo. Aí está o problema. A “bispa” Sônia Hernandes, líder da Igreja Renascer em Cristo, se enquadra nessa última categoria de “filantropos”.

Em 2004, a Fundação Renascer, presidida pela “bispa”, recebeu R$ 785 mil do Governo Federal para alfabetizar oito mil pessoas. Não houve alfabetização de ninguém e o dinheiro ainda foi sacado na boca do caixa. O que foi feito do dinheiro não se sabe, apenas se desconfia. Mas sabe-se por que ninguém foi alfabetizado: é mais fácil ludibriar, do alto do púlpito, um monte de ignorantes. Agora a justiça condenou a “bispa” a devolver o dinheiro aos cofres público e o Tribunal de Contas da União a multou em mais de R$ 100 mil.

Com um prontuário policial de fazer inveja a muitos delinqüentes, incluindo uma condenação nos Estados Unidos por evasão de divisas, juntamente com o marido, também líder da igreja, a “bispa” engrossa o rol daqueles religiosos que pregam a defesa da moral, da família e dos valores cristãos tradicionais, mas, no submundo, levam uma vida de meliantes. São religiosos que não se constrangem em levar uma vida dupla, justificando qualquer acusação como um “preconceito” contra os evangélicos. Um preconceito que custou R$ 785 mil aos cofres públicos.

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