terça-feira, 31 de julho de 2012

Analfabeto de pai, mãe e nação


Segundo os resultados do inaf (Indicador do Analfabetismo Funcional), pesquisa organizada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela organização não governamental Ação Educativa, apenas 35% das pessoas que terminam o ensino médio podem ser consideradas plenamente alfabetizadas. Em outras palavras: 65% das pessoas que concluem o ensino médio não conseguem ler um texto longo, analisando as informações nele contidas e relacionando as suas partes. Não conseguem distinguir fato de opinião nem chegar a nenhuma conclusão.  
E as más notícias continuam: 38% das pessoas que terminam o ensino superior têm nível insuficiente de leitura e escrita. Isso não é novidade. Conheço um sem número de “profissionais” que mal sabem ler e escrever. Ainda de acordo com a pesquisa, somente 26% dos brasileiros podem ser considerados plenamente alfabetizados. O estudo indica que a massificação da educação no Brasil (segundo o IBGE, cerca de 30 milhões de estudantes ingressaram nos ensinos médio e superior entre os anos de 2000 e 2009) não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir a sua qualidade. Houve aumento na quantidade, mas não na qualidade.  
Enquanto não forem tomadas medidas que melhorem a qualidade (não apenas a quantidade) da educação brasileira, esse círculo vicioso (e pernicioso) vai perdurar: esses analfabetos letrados sairão das universidades e se espalharão pelos vários níveis de ensino, seja regular ou técnico, e “formarão” os nossos estudantes que irão ingressar nas universidades, que se tornarão novos analfabetos letrados. Essa é a nossa elite pensante! É necessário repensar o nível de exigência na hora de formar esses profissionais. É necessário repensar a estabilidade e a isonomia no serviço público. É necessário repensar a valorização dos profissionais. O Brasil não pode continuar a ser um país de analfabetos... com diploma.   

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