sexta-feira, 11 de maio de 2012

O centenário de Luiz Gonzaga


Esse ano, as festas juninas no Nordeste homenagearão Luiz Gonzaga pelos cem anos de seu nascimento. Nada mais justo! Luiz Gonzaga encarna com perfeição e dá voz ao nordestino de modo geral e ao sertanejo em particular. Nascido em 13 de dezembro de 1912 em Exu, sertão de Pernambuco, recebeu seu nome por devoção ao catolicismo, uma tradição do sertanejo: Luiz por que era dia de santa Luzia; Gonzaga por sugestão do vigário que o batizou e Nascimento por ser o mês em que Maria deu à luz Jesus.
Filho do único sanfoneiro da região, aos oito anos já empunhava uma sanfona e recebia cachê para isso. Aos 14 foi para o Rio de Janeiro. Não deu certo e retornou para o Ceará, onde aumentou a idade para ingressar no exército e virar o soldado Nascimento. Ficou no exército até 1939, quando se desligou e retornou ao Rio, onde tocou pela primeira vez num palco, no cabaré O Tabu. Muito forró? Que nada! Por influência da II Guerra, os ritmos estrangeiros invadiam o país e Gonzagão era obrigado a tocar blues e Fox trot. Curiosamente, os trinta primeiros discos de Gonzaga foram instrumentais. Para a gravadora, ele era apenas sanfoneiro!
Insisto em dizer que Gonzagão foi um gênio na hora de compor, pois conseguia colocar nas letras de suas músicas o espirito nordestino, principalmente o sertanejo. Um exemplo dessa genialidade está em Asa Branca, composta em parceria com Humberto Teixeira em 1947, que você pode ouvir no link abaixo. A genialidade de Gonzaga também estava na hora de escolher músicas de outros compositores. O segundo link tem Tropeiros da Borborema, de Raimundo Asfora e Rosil Cavalcanti, que é considerada o hino não oficial de Campina Grande. Uma música linda que na voz de Gonzaga causa arrepios nos campinenses, como eu.  
As comemorações pelo centenário de nascimento desse que é um ícone da cultura nordestina são mais do que merecidas. Gonzagão sempre conseguiu colocar nas suas músicas temas que são muito caros ao povo do Nordeste, como a seca, a condição social e econômica, os casos amorosos, o amor e a saudade da terra natal. O Rei do Baião sempre fará parte da cultura do nordestino onde quer que eles, os nordestinos e Luiz Gonzaga, estejam. Quero fazer parte dessa festa...

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