segunda-feira, 14 de março de 2011

Existem cidadãos de segunda classe?

A então candidata a presidência, Dilma Rousseff, evitou o tema, inteligentemente, diga-se. Mas o PT não vendo colocando obstáculos à discussão sobre casamento entre homossexuais no Congresso. Apesar da oposição da bancada cristã, a União Civil entre pessoas do mesmo sexo é um fato inevitável. Se não for hoje, será a cinco ou dez anos. É uma tendência do mundo ocidental. Mesmo por que não há motivos para excluí-los de direitos que são estendidos à todos os cidadão. A não ser que entendamos que os homossexuais são pessoas de segunda classe. O que não é o caso.

Na esteira dessa discussão, a senadora marta Suplicy (PT-SP) obteve a assinatura de 27 colegas para desengavetar um projeto que torna crime discriminação por orientação sexual. Já há até uma Frente Parlamentar Mista pela Cidadania GLBT!! O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) perderá o sono. A extensão de direitos civis a casais do mesmo sexo e a criminalização do preconceito sexual são temas polêmicos, que prometem mexer com o Congresso. Mas é relevante levantar a discussão. Afinal, um casal não pode ter tratamento diferenciado por que são pessoas do mesmo sexo. A lei não virá para criar uma situação, ela virá para regulamentar uma situação pré-existente.

Mas o que me inquieta nessa discussão é oposição aguerrida a esses projetos. E não aceito o argumento religioso de que Deus criou homem e mulher. Se Deus criou alguma coisa nesse sentido, foi o ser humano, dotado de sexualidade, seja ela qual for. Por que alguém tem que ser tratado de forma diferenciada por se relacionar com outra pessoa do mesmo sexo? Por que alguém pode ser agredido, verbal ou fisicamente, por causa da sua orientação sexual? Se aprovados, o Brasil passará a tratar melhor todos os seus cidadãos, independentemente do que eles fazem em sua vida privada.

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