segunda-feira, 3 de março de 2014

Cinema nacional: Pan-Cinema permanente

O poeta baiano Waly Salomão (1943-2003) era um personagem em tempo integral. Com sua performance incessante e sua estridência verbal, era impossível não chamar a atenção de todos que estivessem num raio de cem metros. Como dizia Caetano Veloso, era um sujeito “excessivo”. E olha que o cantor baiano era seu amicíssimo! O documentário Pan-Cinema permanente (2008), dirigido por Carlos Nader, trata desse “personagem” singular e inquieto.
O filme traz extenso material sobre Waly, grande parte deles inédito, cuja arte se manifestava em diversas direções. Além da poesia, Waly compôs diversas canções para grandes nomes da música, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. Uma curiosidade que o documentário nos traz é o fato de Waly ter começado a escrever seus poemas numa cela do Carandiru, depois de ter sido preso por porte de drogas.
Carlos Nader foi amigo de Waly por treze anos e, durante esse tempo apontou-lhe a câmera em diversas situações, tanto no Brasil como na Síria, país dos seus antepassados. Mas, como confessa o próprio Nader, nunca conseguiu filmá-lo fora de seu incansável e estridente personagem. O filme conta com depoimentos de amigos, como Caetano Veloso e Antônio Cícero, de artistas, como Adriana Calcanhoto, e dos dois filhos de Waly. Uma oportunidade de conhecer um poeta importante, mas pouco conhecido... 

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