quarta-feira, 19 de março de 2014

A escolha de Sofia – William Styron

Os Estados Unidos, em 1947, ainda viviam os fantasmas da Segunda Guerra Mundial, recém- acabada, e submetidos a uma mentalidade racista que separava o norte do sul, resquícios da Guerra de secessão, no século anterior. É nesse ambiente que vivem no Brooklin, em Nova York, o aspirante a escritor Stingo, sulista, Nathan Landau, nortista e esquizofrênico, e sua bela companheira Sofia, católica e polonesa refugiada de guerra, sobrevivente do campo de Auschwitz.  
O sulista Stingo aspira a ser escritor e para realizar seu sonho vai para Nova York, onde conhece o casal Nathan e Sofia na pensão onde se hospeda. Nathan é judeu e de temperamento instável, Sofia esconde mistérios do seu passado como prisioneira de Auschwitz. O relacionamento do casal alterna momentos de idílio e de brigas violentas, em parte por causa da esquizofrenia de Nathan, em parte por causa dos conflitos de Sofia, relacionados ao seu passado.
Apesar do ambiente de conflito, Stingo se vê atraído pelo casal. Mais ainda pela beleza de Sofia, que nutre pelo jovem sulista um misto de sentimento materno e gratidão por ser seu confessor. Alternando entre escrever seu livro e ouvir as confidências de Sofia, Nathan vai, aos poucos, descobrindo as raízes da instabilidade do casal, o que não diminui a sua paixão por Sofia nem seu sentimento de amizade por Nathan. Publicado em 1979 e vencedor do National Book Award de 1980, O escolha de Sofia, do norte-americano Willian Styron, tornou-se um clássico. Com perfeito domínio do tempo da narrativa e um texto denso, envolvente e cheio de suspense, Styron transforma o conflito das vidas dos três protagonistas numa obra-prima da literatura contemporânea. Com fantasmas assombrando a todo instante os personagens, o livro é uma incursão aos meandros psicológicos daqueles que sobreviveram aos horrores da Segunda Guerra Mundial.
A versão cinematográfica do filme, com produção, roteiro e direção de Alan J. Pakula, também se tornou um clássico. Em 1983 ganhou o Globo de Ouro e foi eleito o melhor filme pela Associação de Críticos de Nova York, e deu à atriz Merryl Streep o segundo Oscar da sua carreira. 

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