sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mais livros menos leitores


A pesquisa Retratos da leitura no Brasil, elaborada pelo Ibope Inteligência em parceria com o Instituto Pró-Livro (IPL), constatou que o número de leitores no Brasil diminuiu no ano passado em relação a 2007. Em 2011 são 88,2 milhões (50% da população) de pessoas, considerando como leitor aquela pessoa que leu um livro nos três meses anteriores a pesquisa. Em 2007 eram 95,6 milhões de pessoas (55% da população). Sem contar que a quantidade de livros lidos por cada uma dessas pessoas também diminuiu: em 2007 eram 4,7 livros, em 2011, 4.
Por outro lado, os números apresentados pelo mercado editorial são estratosféricos: a Bíblia já vendeu, aproximadamente, 4 bilhões de cópias; o livro Ágape, do padre Marcelo Rossi, ultrapassou os 8 milhões de exemplares vendidos; Cinquenta tons de cinza já chegou em 100 mil livros comercializados. De acordo com os números apresentados pelo Sindicato Nacional dos Editores de livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), foram vendidos, em 2011, 469 milhões de obras e faturamento de R$ 4 bilhões, contra pouco menos de 330 milhões exemplares vendidos em 2007 e faturamento de pouco mais de R$ 3 bilhões. 
Então para onde estão indo todos esses livros? Quem os compra? Quem os lê? Por que o aumento se deu apenas nas vendas e não no número de leitores? Se multiplicarmos o número de leitores brasileiros segundo a pesquisa do IPL (88,2 milhões) pela média de livros lidos por ano por cada um deles (quatro), chegaremos a 352,8 milhões de exemplares. Então, onde foram parar os 116,2 milhões de exemplares restantes?
São perguntas difíceis de responder.   

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