quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Um conto de Natal – Charles Dickens

“O que ele mais gostava neste mundo era passar através da multidão sem precisar demonstrar qualquer simpatia humana”.  
Escrito às pressas com o único objetivo de juntar dinheiro e pagar dívidas, Um conto de Natal, o sexto romance do escritor inglês Charles Dickens, foi publicado pela primeira vez em 1843, em forma de folhetim numa Inglaterra que já conhecia os efeitos da Revolução Industrial e que tinha o jornal impresso como único meio de comunicação (o livro era artigo de luxo). Desde então, tornou-se uma das mais célebres obras de Dickens, foi traduzido para vários idiomas e recebeu algumas adaptações para o cinema. Além de ter inspirado o personagem Tio Patinhas (em inglês, Uncle Scrooge), o pato avarento criado pelo cartunista Carl Barks, em 1947.
“A escuridão era de graça, e Scrooge gostava disso”.
Ebenezer Scrooge é um velho rico e avarento insensível à pobreza que o rodeia. Solteirão e solitário, tinha como único parente um sobrinho, cujas tentativas de aproximação com o tio eram recebidas com escárnio pelo velho ranzinza. Bob Cratchit é funcionário de Scrooge e tem esperanças de passar o feriado com a esposa e seus quatro filhos (um deles paralítico), mas o velho o obriga a trabalhar no feriado. Scooge odeia o Natal e não vê motivos para comemorações. Às vésperas do Natal, recebe a visita de dois homens que pedem uma ajuda ao velho mal-humorado para realizarem boas ações para os pobres onde ele se nega terminantemente a ajudar por achar que já faz demais ao pagar os impostos.
“Os caminhos humanos fazem prever seus próprios destinos”.
Nesse mesmo dia, depois de negar o feriado à Bob e a ajuda aos pobres, ao chegar em casa, um casarão escuro e mal cuidado, a versão fantasmagórica do seu ex-sócio, Jacob Marley, falecido sete anos antes e tão avarento quanto ele, lhe aparece e avisa da visita de três fantasmas que mostrarão para o velho rabugento o passado, o presente e o futuro. Depois disso, Ebenezer Scrooge não será mais o mesmo. Um conto de Natal é um clássico, sem dúvidas, mas não vejo justificativa para colocá-lo no mesmo patamar de Conto das duas cidades, por exemplo. Talvez seja por que histórias edificantes e de superação não sejam as minhas predileções.

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