quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Rosamundo e os outros – Stanislaw Ponte Preta

Além de cronista fantástico, o jornalista Sérgio Porto era um gênio na arte de compor personagens. Inclusive, criou um para ele mesmo, Stanislaw Ponte-Preta. Era dessa forma que ele, invariavelmente, assinava seus livros. Depois da ermitã Tia Zulmira e do mau caráter primo Altamirando, chegou a vez do distraído Rosamundo, personagem de Rosamundo e os outros, que de tão distraído, só veio ao mundo no décimo mês de gestação. Publicado originalmente em 1963, o livro é composto por 60 pequenas histórias que sempre tem como personagem principal o nosso impagável (e distraído) Rosamundo.
Rosamundo das Mercês era filho da lavadeira de tia Zulmira com um bicheiro. Responsável por levar a trouxa de roupas limpas para a casa da tia Zulmira, num certo dia de eclipse, ao ver tudo escuro, deitou no sofá pensando que era noite e nunca mais voltou pra casa. Profissional errante, era demitido impiedosamente por causa das suas distrações. Foi jóquei, mas largou com o cavalo para o lado oposto dos competidores; foi aeromoço, mas quase matou todo mundo ao abrir a porta do avião para comprar cigarros que um passageiro pedira, mas não tinha a bordo; foi garçom, mas serviu goiabada com vinagrete para um freguês.
Criados como parentes do seu alter ego, Stanislaw Ponte-Preta, tia Zulmira, Altamirando e Rosamundo imortalizaram Sérgio Porto como um dos maiores cronistas do país e um exímio criador de personagens engraçados. No prefácio, o jornalista Sérgio Cabral confessa que “tinha vontade de ser Sérgio Porto quando crescesse”. Sérgio Porto morreu em 1968, aos 45 anos, de infarto.     
  

Um comentário:

  1. Gosto muito do Stanislaw Ponte-Preta. Do Rosamundo? Nem se fala. Supimpa!Diz que um dia sua mulher fez que foi para Petrópolis, mas foi é para uma clínica dessas que reforma mulher-bagulho. Voltou turbinada. Rosamundo chegou em casa, viu aquela loura no sofá. Não contou conversa: tascou-lhe beijos e ...; passaram a noite na boa safadeza. De manhãzinha, foi logo dizendo: Maninha, acho melhor você ir embora, minha mulher está em Petrópolis e se ela chegar...
    Coisa assim, sei mais não. Tanto tempo de lido. Mas que o cara é distraído, lá isso é!

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