quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O tambor – Günter Grass



O escritor alemão Günter Grass, Prêmio Nobel de literatura em 1999 e falecido em abril último, aos 87 anos, nunca deixou de confrontar o seu país com seu passado nazista. E o seu próprio: aos 16 anos foi recrutado pela Força Aérea da Alemanha nazista. Esse episódio e o fato de ter dito, em um poema chamado O que deve ser dito, que Israel ameaça a paz mundial devido a sua posição com relação ao Irã, tornou o escritor “persona non grata” no Estado judeu.
Em O tambor, romance de 1959, Grass toca na ferida do passado nazista da Alemanha. Nele, Grass conta a história de Oskar, um garoto que se recusa a crescer criticando o mundo dos adultos e a burguesia alemã da primeira metade do século XX, sempre batendo no seu inseparável tambor e usando a sua voz vitricida quando alguém tentava tomar-lhe o instrumento. 
Em 1979 o livro foi adaptado para o cinema pelo diretor Volker Schlöndorff, ganhando o Oscar de melhor filme estrangeiro. Se o filme proporcionou-lhe popularidade, também trouxe-lhe problemas: Grass teve que comparecer ao tribunal sob a acusação de pornografia. Uma leitura às vezes cansativa, em que algumas passagens exigem que se tenha um pouco de conhecimento histórico da época para entender a crítica ali contida, mas fundamental para quem quer conhecer as grandes obras da literatura contemporânea.

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