sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ariano Suassuna (1927 – 2014)



Na última sexta-feira acordei com a notícia da morte do escritor João Ubaldo Ribeiro, o que me deixou triste. Na quarta-feira a notícia era da morte do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna. Não quero transformar esse espaço num necrológio, mas não dá para passar em brancas nuvens a morte desse intelectual que teve a rara felicidade de transformar o erudito em popular sem perder a qualidade.
Ariano Suassuna nasceu em João Pessoa quando a capital paraibana ainda se chamava Paraíba. Filho do presidente do estado, cargo que equivalia ao de governador, Ariano se mudou ainda adolescente para Pernambuco, estado que adotou e que foi adotado. Foi em Recife onde iniciou o curso de direito e conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco.
Ariano escreveu sua primeira peça em 1947, mas o seu grande sucesso, O Auto da Compadecida, foi encenada pela primeira vez em 1956, no teatro Santa Isabel, em Recife. A peça vai marcar sua carreira, principalmente por causa dos dois protagonistas, João Grilo e Chicó, personagens identificados com a alma brasileira, mas, principalmente, com a alma nordestina. Esses dois personagens são a cara do povo nordestino!
Apaixonado pela cultura popular, mas adepto da cultura erudita, Ariano criou o Movimento Armorial, na década de 70, que tinha como objetivo criar arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste brasileiro. Ariano Suassuna foi internado na segunda-feira após sofrer um AVC. Definitivamente, o mês de julho está sendo triste para a literatura brasileira. Que acabe logo!

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