sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A luz no fim das trevas

Nesse mesmo espaço, quando da sua visita ao Brasil, em julho, falei que tinha sido seduzido pelo papa Francisco. Reitero o que disse: o papa Francisco me seduziu naquela ocasião e tem me seduzido cada vez mais com suas posições claras, objetivas, tolerantes e humildes. Num ambiente marcado pela intolerância, onde cada um se declara detentor da verdade absoluta e exclusivo representante divino no reino terrestre, onde uma demencial soberba não permite que se encare a verdade como algo subjetivo, as posições que Francisco tem assumido representam um acalanto.
Numa carta aberta direcionada ao fundador do jornal La Repubblica, Eugenio Scalfari, que não é católico, Francisco afirma que os não crentes serão salvos se agirem conforme as suas consciências na conduta de vida. É a segunda vez que o papa faz essa afirmação. Na primeira vez, meses atrás, ele foi contrariado pela Igreja Católica através de um comunicado. Lembro-me do papa Bento XVI, logo após assumir seu pontífice, deixar bem claro, sem meias palavras, que a única forma de salvação era através da Igreja católica, que a verdade somente seria encontrada dentro da Igreja católica.
Naturalmente que isso não fará nenhuma diferença na vida daqueles que, como eu, são ateus. Não me tornarei católico, nem mesmo cristão. Mas é simbólico! Simboliza uma possibilidade de diálogo com outros credos (ou com a ausência deles), significa respeito aos que não compartilham da mesma opinião que ele. Um bom exemplo para outros lideres religiosos, cristãos ou não. O papa Francisco mostra, com sua humildade e tolerância, que pode ser a luz no fim das trevas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário