quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cinquenta tons de cinza – E.L. James


Os roteiros dos filmes pornôs têm a profundidade de uma gilete. É aquela conversa de “bêbado pra delegado” que todo mundo sabe onde vai dá (e dá mesmo!). se você pular os entretantos e ir logo para os finalmentes não terá perdido nada. Mesmo por que em filme pornô o que interessa é o finalmente. Mal comparando, é o acontece em Cinquenta tons de cinza. Pule as primeiras 286 primeiras páginas de uma narrativa rasa, recheada de palavras repetidas (“enrubescer” e “olhos cinzentos”) e de um blá blá blá interminável e entediante e vá até a página 287. Lá começa a sacanagem!  Aí você pensa que o negócio vai melhorar. Lamento informar: não vai! Como a autora falou que é um livro erótico para mães, vou dá um desconto. As cenas de sexo são bocejantes! 
A virgem Anastasia Steele conhece o bilionário boa pinta Cristian Gray e se apaixona por ele. Só que o bonitão quer apenas curtir um BDSM, nada de amor. Como ele próprio faz questão de dizer, “não faz amor, fode”. Os diálogos entre eles e os dilemas da pura Ana (as primeiras 286 páginas) fodem com a paciência de quem ler o livro. E quando o leitor pensa que o negócio vai engrenar com as cenas de sexo picantes, o que se vê são descrições enfadonhas das fantasias do galã, que se bem narrada, daria algo bem mais excitante.
O grande problema é que o marketing feito em torno do livro que criou uma perspectiva que não se confirma. A autora, já sabendo que o que tinha escrito não era nem uma imitação mal ajambrada do Kama sutra, apressou-se em dizer que era um livro voltado para mulheres casadas. Somente uma mulher vivendo no “paraíso” sexual que o casamento representa poderia subir aos céus de excitação com as fantasias do comilão Cristian Grey. O mercado editorial possui livros eróticos mais interessantes...

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