quinta-feira, 8 de março de 2012

O “jeitinho” de ser do brasileiro

Se perguntarmos a um gringo qual o traço marcante do povo brasileiro, ele responderá bajuladoramente que é a alegria. À esse traço poderíamos acrescentar a desonestidade, que muitos, eufemisticamente, chamam de “jeitinho brasileiro”. Virou lugar comum dizermos que “todo político é ladrão”. Infelizmente esse desvio de conduta é generalizado, não distinguindo classe social, profissão ou localização geográfica.

Nos anos 70, o ex-jogador Gerson fazia propaganda da marca de cigarros Continental em que dizia, segurando um cigarro: “Este é pra você que gosta de levar vantagem em tudo, certo?” infelizmente essa frase virou sinônimo do “jeitinho brasileiro” na pior acepção do termo. Essa máxima passou a se chamar “Lei de Gerson”. A pergunta que se faz é: e quem vai sair perdendo?

Há pessoas que usam esse jeitinho para driblar dificuldades e ajudar pessoas dentro da legalidade. Mas a maioria faz de maneira negativa. Lembro-me da catástrofe que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro no início do ano passado causada pelas chuvas que destruíram várias cidades e provocou várias mortes. Aos que sobreviveram restaram o sofrimento e a falta de tudo, inclusive de água potável. Aproveitando a “oportunidade”, comerciantes aumentaram o preço do garrafão de 20 litros de R$ 5,00, em média, para R$ 20,00. É uma desonestidade perversa e desumana.

Essa semana, aproveitando-se da greve dos caminhoneiros que deixou a cidade de São Paulo sem combustível, postos majoraram seus preços. Havia lugares em que a gasolina foi de R$ 2,79 o litro para R$ 4,44. É que querer lucrar com a miséria alheia. É o “jeitinho brasileiro” que não tem graça nenhuma. É aquele jeitinho nefasto que cria dificuldades para vender facilidades. E somente os políticos levam a fama.

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