terça-feira, 20 de março de 2012

Bicicleta: a onda

Eu só tive bicicleta uma vez na minha vida. Era adolescente e lá se vão mais de vinte anos. Vivia pulando rampas e buracos. Quando não era eu, era a bicicleta que estava quebrada. A pouca idade me absolve e o sentimento de culpa já prescreveu. Não consigo enxergar os benefícios da bicicleta para coletividade. No máximo benefícios individuais. Temos que admitir que faz bem para a saúde pedalar. Somente isso. Sem contar que a bicicleta ilude: é o único meio de transporte que você pensa que está lhe carregando, mas na verdade é você quem carrega ela.

É conversa fiada essa história de que a bicicleta resolverá os problemas de trânsito nas grandes cidades. Não vai. São lamentáveis as mortes de ciclistas no trânsito, mas elas não vão me convencer da eficácia da bicicleta. A construção de ciclovias deixará as avenidas mais estreitas e o trânsito mais lento para carros e ônibus. Não construí-las fará com que os ciclistas dividam os espaços com os automóveis e uma bicicleta necessita de um espaço equivalente a de um carro, com a desvantagem de transportar apenas uma pessoa.

Qualquer solução para o trânsito nas grandes cidades passará necessariamente pela melhoria do transporte público: ônibus e metrô. Para quem acha que a bicicleta também é solução para o problema da poluição, digo desde já que tenho outra solução. Temos maturidade tecnológica suficiente para desenvolver combustíveis pouco poluentes ou não poluentes. Minhas pernas não têm vocação para combustível! Depois que inventaram o automóvel e facilitaram o financiamento para compra-los, não existe meio de transporte melhor.

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