terça-feira, 7 de junho de 2011

O direito ao suicídio assistido

Na última sexta feira, dia 03, morreu o patologista americano Jack Kervokian, conhecido como “Doutor Morte”. Kervokian recebeu esse epíteto por ter, durante vários anos, viajado por Michigan auxiliando pacientes terminais a morrer. Em 1990 lançou uma campanha pelo suicídio assistido, ajudando uma paciente de Alzheimer a morrer utilizando uma “máquina de suicídio”. Em 1999, o médico foi condenado por homicídio. Na oportunidade, admitiu que ajudou 130 pessoas a morrer, a maioria mulheres de meia idade. Passou oito anos na prisão, sendo solto em 2007, sob condicional, sob a condição de que não ajudasse mais ninguém a morrer.

A partir de então, Kervokian passou a ministrar palestras onde afirmava que a sociedade tinha uma postura hipócrita diante da eutanásia. “Se podemos ajudar as pessoas a virem ao mundo, porque não podemos ajudá-las a sair?”, questionava Kervokian. E ele tem razão! Se somos donos da nossa própria vida, por que não podemos pôr fim a ela quando assim desejar? Se suicídio não é crime, porque ajudar alguém a cometê-lo é? Não faço referências aos argumentos religiosos pra se opor ao suicídio, pois esses não me interessam.

Claro que o suicídio assistido ou a eutanásia devem ter critérios pra serem aplicados. O paciente deve está consciente e sem dor quando decidir que, quando a sua situação se tornar irreversível, sua vida deverá ser abreviada. Se isso não acontecer quando o paciente tiver consciente, caberá aos familiares decidir. Em ambos os casos, diagnósticos médicos deverão atestar a irreversibilidade do estado de saúde do paciente. Nos casos de Kervokian, a situação era bem menos complicada, pois era o próprio paciente quem injetava o veneno que abreviava o seu sofrimento. Em algumas circunstâncias, a melhor forma de tratar o paciente é abreviando-lhe a vida. Kervokian sabia disso.

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