quarta-feira, 1 de junho de 2016

O cônsul honorário – Graham Greene

O escritor inglês Graham Greene tem mais de 30 livros publicados, a maioria a maioria tendo como tema a situação política de países de países periféricos, como Cuba, Haiti ou países da América do Sul. Tendo começado a carreira como jornalista, viajava muito para países longe da Inglaterra, que ele chamava de “lugares selvagens e remotos”. Muitas dessas viagens serviram de inspiração para seus livros, como Nosso homem em Havana (1958).
No caso de O cônsul honorário, publicado em 1973, a história se passa na região do Rio da Prata, durante a ditadura de Alfredo Strossner, quando o Cônsul Honorário inglês é sequestrado por um grupo guerrilheiro paraguaio, que o confundiu com o embaixador americano. O problema é que Charley Fortnum era um embaraço para a diplomacia britânica: alcoólatra, casado com uma ex-prostituta quarenta mais nova, já foi visto hasteando a bandeira do Reino Unido de cabeça para baixo e exercia suas funções de cônsul sem nenhuma dignidade.
Ou seja, não interessava à Coroa inglesa que Fortnum saia ileso desse episódio. Ironicamente, o único que se movimenta para tentar resgatar o cônsul é o jovem Edward Plarr, amante de Clara, esposa do cônsul. Mas o que Plarr quer na realidade é descobrir o paradeiro do seu pai, desaparecido quando ele era criança e provavelmente preso pela polícia política. Mas o alvo da trama de Greene não é o enredo em si, mas a torpeza, os vícios e os segredos de personagens como Aquino, o poeta que escreve sobre a morte; León, o padre que renegou a Igreja e virou guerrilheiro; Saavedra, o intelectual fora de moda; e até mesmo a ingenuidade de Plarr.  

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