quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A casa das sete mulheres – Letícia Wierzchowski

Uma obra que expressa sentimentos que oscilam entre o amor e a guerra, a brutalidade e a sutileza, os encontros e os desencontros. A casa das sete mulheres, da gaúcha Letícia Wierzchowski, ao lado de romances do também gaúcho Tabajara Ruas sobre a Revolução Farroupilha (1835-1845), foi feito para ser um clássico. Pena que só ficou famoso após virar minissérie da Rede Globo, em 2003.
As vésperas da Revolução Farroupilha, o general Bento Gonçalves, líder dos rebeldes gaúchos contra as forças do Império, envia todas as mulheres da família para a Estância da Barra, pertencente à família. No dez anos que dura a guerra, Antônia, Caetana, Rosário, Ana, Perpétua, Manuela e Mariana vão viver as angústias de ter os seus homens (maridos, filhos, irmãos, cunhados) na guerra.
A narrativa do livro se divide entre a vida na Estância da Barra e o diário de Manuela, onde ela derrama todo seu amor por Garibaldi. Além dessa paixão arrebatadora, Letícia narra de forma poética os desencontros de Rosário e Steban, o fantasma por quem se apaixona; o amor equilibrado de Caetana por Bento Gonçalves; a resignada solidão de Ana: a felicidade de Perpétua, que encontrou o amor em meio a guerra.
Com uma reconstituição história perfeita, o romance enfatiza o caráter conservador da educação das meninas filhas dos estancieiros gaúchos no século XIX. Mas, a despeito dessa educação, elas se mostram mulheres fortes na adversidade. Grande parte da bravura dos combatentes gaúchos está na força de suas mulheres. Enfim, uma obra-prima da literatura brasileira que a TV não conseguiu estragar.

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