segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Games


Depois que o maluco lá da Noruega confessou que usou videogames como treinamento para matar 77 pessoas, as lojas do país resolveram tirar os jogos eletrônicos violentos das prateleiras. Por todo o mundo começou (mais uma vez) a discussão sobre o estímulo que esses exercem sobre os jovens. Aqui no Brasil não é diferente. O Ministério da Justiça cria um guia com a Classificação Indicativa (a faixa de idade recomendada para cada jogo), convocam-se especialistas para falar sobre o assunto, pais manifestam sua preocupação com o problema, vários exemplos de violência estimulados pelos games são citados, os programas de TV apresentam várias reportagens sobre e daqui a pouco não se fala mais nisso.

Não sou nenhum especialista no assunto. Muito menos um fã de jogos eletrônicos. Aliás, detesto-os. Sou apenas um observador. Mas não se pode responsabilizar a janela pela existência da paisagem. Um jovem que comete uma atrocidade estimulado por um jogo eletrônico, já possui uma propensão para a violência. O game foi apenas uma centelha. E se esse jovem tem um caráter violento, não apenas o game,mas qualquer outra coisa vai servir de estímulo: um filme, uma novela, uma reportagem. Até onde se sabe, Bin Laden não jogava games. Se o psicopata norueguês não tivesse jogos eletrônicos para aprimorar a pontaria, com certeza ele procuraria outra forma de treinamento.

Como dizia nossos sábios antepassados, tudo demais é veneno. Com os jogos eletrônicos não é diferente. Ao ficar horas a fio diante de um joguinho idiota, o jovem deixa de ler um bom livro, de assistir a um bom filme, de interagir com familiares e amigos, de praticar esportes, de namorar. Isso é preocupante! A falta de interação social e o sedentarismo são mais preocupantes do que o garoto se tornar um serial killer. Cabe aos familiares dosar o veneno, intercalando os games com outras formas de diversão. Dessa forma não precisaremos gastar nosso tempo com essa discussão, nem se preocupar com o surgimento de novos Anders Breivik.


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