quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Documentário: De gravata e unha vermelha

Premiado no Festival do Rio 2015, o documentário De gravata e unha vermelha (2015), da psicanalista Miriam Chnaiderman, mergulha no universo dos diferentes tipos de transgêneros, mostrando os sentimentos e visões de mundo de vários personagens, entre famosos (Ney Matogrosso, Rogéria, Laerte) e anônimos. Obrigados a representar perante a família por anos a fio, esses personagens têm em comum o fato de resolverem, em algum momento das suas vidas, romper o modelo de classificação binário quanto à identidade de gênero.
O resultado é um “desfile” de vários tipos de transgêneros. Tem aqueles que gostam de ser homem, mas não se prendem apenas ao papel de homem, como é o caso de Ney Matogrosso; tem o caso de Rogéria, que nunca quis mudar seu nome de batismo (Astolfo) nem fazer a cirurgia de mudança de sexo; tem aqueles que evitam classificações e pensam apenas no seu bem estar, como o cartunista Laerte, que decidiu, após uma vida inteira, vestir-se apenas de mulher; tem também quem mudou de sexo, tomou hormônios e mudou a identidade civil. Enfim, tem toda uma diversidade de gêneros que foge ao masculino e feminino.
Alguns casos chamam a atenção, como o de Geraldo que casou, teve três filhos, tem dois netos e hoje se chama Letícia. Mas continua casado com a mesma mulher. A certeza que fica depois de assistir De gravata e unha vermelha é que o corpo não define a identidade de gênero. Outra certeza é que, entre famosos, a diversidade de gênero é vista como excentricidade divertida e bem vinda, serve até como publicidade gratuita para alguns meio de comunicação. No entanto, essa não é a realidade quando se trata de anônimos, que vivem uma vida de discriminação, exclusão e violência, quando o que mais querem é ser felizes.  

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