quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A primeira mulher – Miguel Sanches Neto

Lendo A primeira mulher, do escritor Miguel Sanches Neto, fica-se na dúvida se é um romance policial, uma história de amor, uma crônica ou um romance filosófico. Na definição do autor, o livro é um romance “quase policial”. Então eu poderia afirmar que é também quase história de amor, quase uma crônica ou um romance quase filosófico. O importante é que, ao terminar a leitura, conclui-se que o livro é tudo isso e, o que é melhor, sem clichês.
O narrador é Carlos Eduardo, um professor solitário de 40 anos, perdedor incorrigível de relógios e guarda-chuvas, que fugiu do clichê da família burguesa (casa, família, paternidade) e abraçou outro, o clichê da suposta liberdade plena do isolamento e de “casinhos” com alunas bem mais novas. O suspense começa quando entra em cena sua ex-mulher, Solange, agora casada e bem sucedida, cujo filho desapareceu misteriosamente.
Agora transformado em detetive, Carlos Eduardo não busca a verdade e a justiça, mas sim reconstituir o seu passado a partir da investigação da sua intimidade e da sua ex-amada. A primeira mulher, publicado em 2008, é a prova da qualidade da literatura brasileira contemporânea que tem Miguel Sanches Neto como um dos seus expoentes. Vale a pena ler!

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