quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Das paredes, meu amor, os escravos nos contemplam – Marcelo Ferroni

Depois de um bem sucedido romance de estreia, Método prático de guerrilha (2010), o escritor e editor paulista Marcelo Ferroni resolveu fazer uma incursão pelo romance policial com Das paredes, meu amor, os escravos nos contemplam (2014). O livro é “bonzinho”, mas não vá esperando algo parecido com Agatha Christie. Eu diria que a história está mais para as aventuras de “Scooby-Doo”. Ferroni peca pelos lugares-comuns e situações sem explicação, sem “liga”.
Humberto Mariconda é um escritor estreante que vive a procura de uma resenha favorável ao seu livro. Numa certa ocasião, num restaurante japonês, conhece Júlia Damasceno, jovem, mimada e que não manifesta o menor interesse por Humberto e seu livro recém-publicado. Mesmo assim, por persistência dele, se envolvem, ficando Humberto sempre no encalço dos porres da jovem ricaça. Surpreendentemente (e aí vem uma passagem sem “liga”), a jovem o convida para passar um final de semana na fazenda da família.
Reunida a família Damasceno, o cenário para um crime se forma. E ele acontece: o patriarca, Ricardo damasceno, é encontrado morto. O que poderia evoluir para um romance de Agatha Christie vai em direção às aventuras de “Scooby-Doo”. Em meio a lugares-comuns, como Luzes que se apagam repentinamente, tempestades com raios e trovões, rangidos no teto, passagens secretas e paredes falsas, empregados suspeitos e deduções à Sherlock Holmes manco, Ferroni  discute temas como ganância e ciúmes enquanto tenta descobrir quem é o assassino.  

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