quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O fator humano – Graham Greene

Quando se fala de um livro de espionagem logo imaginamos um espião sex, armas sofisticadas, carrões velozes muitas perseguições espetaculares e mulheres sedutoramente sex. O fator humano, de 1978, do inglês Graham Greene, não tem nada disso, mas não deixa de ser um romance de espionagem de primeiríssima linha. Um dos méritos de Greene é dá um foco maior ao lado psicológico dos personagens em detrimento das suas ações. Portanto, as reações inesperadas e as decisões moralmente condenáveis pululam as páginas do livro.
Maurice Castle é um ex-diplomata que trabalha na burocracia da Agência de Inteligência e é casado com Sarah, uma belíssima sul-africana negra que conheceu na época em que serviu na África do sul como diplomata. Davis divide com Maurice o escritório da Inteligência, mas sonha em ser promovido a espião de campo. No entanto, paira sobre Davis sérias suspeitas de traição. Mas o vazamento de uma informação vai transformar drasticamente a vida dos dois colegas de trabalho.
Outro grande mérito de Greene é não deixar a trama descambar para um maniqueísmo descabido. É impossível distinguir mocinhos de bandidos (se é que eles existem na trama de Greene). Um livro de espionagem, cuja trama gira em torno do amor entre um espião e sua belíssima esposa, não é um livro qualquer. É um livro de um gênio da narrativa, cuja trama dá mais importância às pessoas do que às estratégias políticas sem, no entanto, deixar de ser um livro de espionagem. Um clássico! 

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