quarta-feira, 28 de junho de 2017

Doutor Jivago – Boris Pasternak

“Todo espírito de rebanho é refúgio para quem não tem talento”.
Escrito em sua maior parte nas décadas de 1910 e 1920, Doutor Jivago, do escritor russo Boris Pasternak, só foi concluído em 1956. Proibido na União Soviética por rejeitar, segundo os editores do país, os pilares do realismo socialista, o livro só foi publicado em 1957 na Itália. Para os censores soviéticos, o personagem que dá título ao livro, o poeta e médico Iúri Andreievitch Jivago, demonstra mais preocupação com os indivíduos do que com a coletividade. Com a proibição em território soviético, o livro tornou-se um sucesso no ocidente, sendo traduzido para dezoito idiomas e recebendo uma adaptação cinematográfica em 1965.
Tendo como pano de fundo a Revolução Russa de 1917, a obra conta a história do médico Iuri Jivago, um jovem descendente de uma família renomada e falida, que se cruza com a história da jovem Larissa Fiodorovna, ou Lara, de família muito pobre e que se vê envolvida nas investidas sexuais do amante da mãe. A vida de ambos é repleta de encontros e desencontros. Os dois se conhecem jovens, mas nunca se falaram, e suas vidas tomam rumos diferentes, casam e têm filhos até se reencontrarem por acaso durante a Guerra e serem finalmente apresentados. Claro que, em se tratando de um romance russo, há muitos mais personagens além do casal.
Talvez isso, mais a quantidade de lugares e a variação de nomes para a mesma pessoa (depende do grau de intimidade de quem está falando com o personagem) torna o livro cansativo. Para se sincero, o livro chato com louvor! Alias, Doutor Jivago faz jus à péssima (e injusta) fama que os clássicos são chatos. E não estou sozinho nessa! Alguns críticos literários afirmam que o romance não tem “nenhum verdadeiro enredo” e que “a sua cronologia é confusa”.  Vladimir Nabokov afirmava que a obra era "uma coisa pobre, desajeitada, banal e melodramática”. Mas ganhou o Nobel de Literatura em 1958. Como explicar? Somente a política internacional da época explica.  

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