quarta-feira, 13 de julho de 2016

Memórias de um legionário – Dado Villa-Lobos

“Renato foi o cara, o motor, a força motriz, a centelha. Era um cara que se destacava desde a época do Aborto e, no começo da legião, já era considerado um ídolo por parte da turma...”
O lançamento de qualquer livro sobre a Legião Urbana cria uma expectativa nos fãs da banda. Não foi diferente com Memórias de um legionário, de Dado Villa-Lobos, guitarrista da banda que contou com a ajuda dos historiadores Felipe Demier e Rômulo Mattos, publicado no ano passado para comemorar os trinta anos do primeiro álbum da banda de maior sucesso do rock nacional. Infelizmente, as expectativas não foram atendidas, no meu caso. O livro traz poucas “novidades” em relação aos tantos outros livros lançados sobre o mesmo tema, a diferença é que, nesse caso, aborda os temas tão somente da perspectiva do guitarrista da banda.
“Embora a banda estivesse mais coesa, o nosso relacionamento interno não era nem nunca chegaria a ser como o d’Os Paralamas (...). Cada um de nós sempre foi muito reservado em relação aos outros membros do grupo”. 
Tudo bem, não é pouca coisa ler a versão de quem estava presente no dia-a-dia da banda, próximo daquele a quem muitos reverenciam como um deus e se transformou num mito após a morte. Sem contar que o autor é um dos fundadores da banda que se transformou numa verdadeira religião para muitos jovens da geração dos anos 80 e até mesmo das gerações que vieram depois, que os conhece somente pelas gravações deixadas para a posteridade. Mas nem tudo isso junto diminuiu a minha frustração diante da expectativa frustrada após ler o livro.
“Nunca fomos artistas palco propriamente ditos, embora os nossos shows pudessem explosivos”.
Dado dá seu depoimento sobre o processo produtivo da banda, como as músicas eram compostas e os discos gravados. Nada de novo, a não ser a sua opinião sobre o melhor disco e a melhor música. Outros temas abordados são os “chiliques” do Renato Russo (regados a muito álcool e drogas) e as crises de estrelismo do Bonfá, que era do conhecimento de todos, só não tínhamos ainda ouvido as histórias contadas por um companheiro de banda, alguém que estava presente em todos os momentos íntimos da banda. No entanto, não deixa de ser emocionante o episódio quando o Dado toma conhecimento da doença do Renato, a forma como ele relata a decadência física do amigo.
“E ele (Renato Russo) era emocionalmente instável, sozinho e complicado de se relacionar amorosamente, o que só dificultava as coisas”.
Mas, como todo fã da Legião Urbana, mesmo acreditando que tudo o que tinha que ser contado sobre o quarteto já foi contado, se aparecer mais um livro sobre o tema, vou ler. Se não para conhecer algo anovo, pelo menos pata reviver o que já se sabe. 
“Diferentemente da maioria dos grupos de rock, àquela altura, cair na estrada significava para nós fazer um grande show por semana, na maioria das vezes”.

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