domingo, 2 de agosto de 2015

Não ler por quê?

Pesquisa divulgada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (FECOMÉRCIO) aponta que 70% dos brasileiros não leram um livro sequer em 2014. A média de leitura do brasileiro é de quatro livros por ano, de acordo com o Instituto Pró-livro (IPL). E por que o brasileiro lê tão pouco? A professora Regina Zilberman, do Instituto de Letras da UFRGS, justifica esses dados afirmando que “no Brasil existe a cultura da oralidade muito mais forte do que a cultura letrada”. Eu discordo!
Vejamos países latino-americanos com formações históricas muito parecidas com a nossa. Segundo o Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC), 55% dos argentinos são leitores, com uma média de 4,6 livros lidos por ano; 51% dos chilenos são leitores, com uma média de 5,4 livros lidos por ano. Lembrando que na pesquisa da FECOMÉRCIO, apenas 30% dos brasileiros se declararam leitores. Esses dados da América do Sul estão a anos-luz dos dados espanhóis, onde 61% da população são considerados leitores com uma média de 10,1 livros lidos por ano.
Então por que o brasileiro não ler tanto como o argentino e o chileno? O “segredo” está no sistema educacional desses países. O sistema argentino é considerado pela UNICEF e pela UNESCO como um dos mais avançados e progressistas da América Latina e o país tem um índice de alfabetização de quase 99% da população. No caso chileno, há quatro décadas teve inicio uma reformulação profunda do sistema de ensino do país. E o resultado é o destaque dos alunos chilenos no PISA e a certeza de que a maioria das crianças passará, no mínimo, 12 anos na escola.
E no Brasil, oque vem sendo feito para mudar essa realidade obscena, onde nem o professor é leitor? De prático, pateticamente nada!


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