segunda-feira, 12 de março de 2018

Jack Kerouac

Jean-Louis Lebris de Kerouac nasceu no estado norte americano de Massachusetts em 1922, filho mais novo de uma família de origem franco-canadense e ficou conhecido no mundo todo como Jack Kerouac, o pai e porta-voz do movimento Beat, títulos que rejeitava. Em 1943 foi dispensado pela Marinha por razões psiquiátricas e, entre idas e vindas para Nova York, escreveu seu primeiro romance, Cidade pequena, cidade grande, publicado em 1950.  Escrito de forma convencional, o livro foi bem recebido pela crítica, mas não lhe trouxe nem fama nem dinheiro. Devido à experiência com o primeiro livro, kerouac passou muito tempo sem publicar.
Durante as quase duas décadas em que ficou sem publicar, viajou pelos Estados Unidos e México na companhia de amigos, principalmente Neal Cassidy. Toas as suas experiências de viagem eram registradas e deram origem aos seus livros que seriam publicados no futuro. O principal deles, que lhe trouxe fama e dinheiro, foi On The Road, publicado em 1957, um relato da sua viagem por sete anos pela Rota 66 na companhia de Cassidy e que seria consagrado mais tarde como a “Bíblia Hippie”. Há muitas histórias em torno do livro, algumas condizem com a verdade, outras não passam de lendas. 
Usando um fôlego narrativo alucinante, que ele chamava de prosa espontânea, escreveu o livro em três semanas em folhas de papel manteiga coladas umas às outras para que ele não precisasse trocar de folha à todo momento. O material, tal como ele escreveu, foi rejeitado por vários editores. Quando o material bruto chegou à mãos do editor Malcolm Cowley, em 1957, deu muito trabalho para torna-lo publicável, já que Jack não se preocupou em cadenciar o fluxo de palavras com parágrafos nem utilizou pontos e vírgulas. Dizem as más línguas que Jack escreveu todo o livro sob efeitos de Benzendrina, o que ele nega. Segundo ele, a única coisa que ele tomou nas três alucinantes semanas foi café.
Os subterrâneos, publicado no ano seguinte, relata a experiência dele quando se envolveu com uma moça negra, em 1953. Em 1960, publicou Tristessa, o relato de sua paixão por uma prostituta mexicana viciada em morfina. No início dos anos 60 resolveu se isolar no alto de uma colina por vários dias a base de álcool e drogas, experiência relatada no livro Big Sur, publicado em 1962. Toda a obra de Jack Kerouac é marcadamente autobiográfica e criou, em torno da sua figura, uma mística libertadora.
No entanto, a biografia Jack Kerouac: king of the beats, do escritor britânico Barry Miles, publicado pela primeira vez em 1998, desmistifica essa imagem do escritor, retratando-o como alcoólatra, machista, antissemita, oportunista e insensível que não hesitava em procurar os amigos quando estava em dificuldades e esquecê-los por completo quando tinha dinheiro. No livro de Miles, chama a atenção dois aspectos da sexualidade de Kerouac: a paixão pela mãe (e dela por ele), o que atrapalhava os seus relacionamentos com as mulheres; e a sua insistência em negar aspectos da sua sexualidade, principalmente a sua tração por homens.

Kerouac morreu em 21 de outubro de 1969, aos 47 anos, de cirrose hepática. Se estivesse vivo, faria hoje 96 anos.

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