quarta-feira, 25 de março de 2015

A espada de Cid



Não me refiro ao guerreiro castelhano do século XI. Trata-se da língua do ex-ministro da educação Cid Gomes, que teve uma crise de sinceridade que custou-lhe o cargo. Depois de falar para estudantes no Pará que havia no Congresso uns “300 ou 400 achacadores”, foi chamado pelos deputados para “explicações”. Como a política é uma beldade de intestinos podres, esperava-se que o ex-ministro dissesse que a frase não tinha passado de um mal entendido e tudo voltaria a ser como sempre foi, ou seja, todos fechando os seus narizes para as flatulências pútridas da beldade. Não foi o que se viu.
Cid Gomes não só reafirmou o dito, como disse o que todo mundo gostaria de dizer para aquela horda de canalhas: que os nossos parlamentares apostam no “quanto pior, melhor”; que são não apenas inúteis para a nação, mas prejudiciais.  Teve deputado afirmando aos brados que Cid não tinha “moral” para exercer o cargo de ministro. E os congressistas “achacadores” tem? Sabemos que Cid Gomes não é um exemplo de político a ser seguido e que não fez isso por solidariedade ao povo brasileiro, mas por que já sabia que cairia na reforma ministerial que se aproxima para dá mais espaço ao insaciável PMDB.
O ex-jogador e agora senador Romário também teve uma crise de sinceridade. Em entrevista à revista Placar, fez a seguinte afirmação: “Achava que política era só ladrão e sacanagem. E acertei”. A diferença é que Romário voltou atrás no que falou, afirmando que se expressara mal. Com isso, o baixinho perdeu uma ótima oportunidade de marcar mais um gol de placa, dessa vez fora dos gramados.
Existe, há tempos, uma necessidade premente de chamar nossos políticos à realidade. Não dá para a classe politica viver numa realidade alternativa, num mundo esquizofrênico onde tudo é lindo, ou se não é, não cabe à eles embelezar a realidade. O país passa por uma crise e não se viu ainda o parlamento se manifestar para cortar parte das suas inúmeras regalias.
Infelizmente, a política brasileira em todos os níveis virou um esgoto a céu aberto, onde cabe ao eleitor escolher, a cada quatro anos, o detrito que irá escorrer por suas valas. Enquanto isso, o cidadão fica órfão de politico de vergonha e esgoto de verdade...

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