O que leva alguém a pagar U$ 12
milhões por uma obra que não durará muito tempo? É o caso da obra de arte
acima, do artista inglês Damien Hirst, batizada de A impossibilidade física da morte na mente de quem está vivo, de
1995 e arrematada pelo milionário americano Steve Cohen, em 2005. Quando foi
arrematada, já a barbatana quebrada e a pele enrugada e com um tom esverdeado.
Estima-se que não tenha uma vida útil longa e que, se vendida, não alcançará
metade do preço. Sem contar que é complicado coloca-la na sala de visita. Então
para que compra-la?
Sabe-se que o que move o mercado
de artes nem sempre é o pragmatismo econômico, mas a abundância de dinheiro e a
vaidade pessoal. Possuir uma obra de arte de um artista de renome significa
prestígio no seleto meio dos colecionadores de luxo. Somente isso pode explicar
os valores estratosféricos pagos por obra de artes, mesmo aquelas de valor
artístico reconhecido, como é o caso do quadro The Lock, do pintor britânico John Constable, que será leiloada em
julho por um valor próximo de U$ 40 milhões.
Outra obra, Retrato de um artista sem barba, de Vincent Van Gogh, está avaliada
num valor aproximado de U$ 100 milhões. Outra obra do pintor holandês, Retrato do Dr. Gachet, ultrapassa os U$
130 milhões. Uma das versões da tela O
grito, do pintor norueguês Edvard Munch (são quatro versões, pintadas entre
1893 e 1919), foi leiloada no mês passado por U$ 119,9 milhões. De acordo com o
marchand do início do século passado, Joseph Henry Duveen, “Ao pagar caro pelo
que não tem preço, você está pagando barato”. Algumas obras não tem preço
exatamente por não valer o que se paga por elas.
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