É comum associarmos genialidade a
loucura. Mas nem sempre o gênio é louco. Um estudo, feito em 1994, pelo
psiquiatra Felix Post (“Criatividade e psicopatologia: Um estudo de 291
personalidades”), analisou a biografia de grandes cientistas, filósofos,
estadistas, pintores e músicos e tentou achar a prevalência de distúrbios
mentais nesses indivíduos. O resultado é que eles são até normaizinhos. Entre
os cientistas, um terço não apresentava nenhum indicio psicopatológico
relevante. Entre políticos e compositores, a incidência de loucura era
baixíssima.
No entanto, entre os grupos
pesquisados, um deles destoa: o dos escritores. Entre eles, 88% possuíam traços
de psicopatologia acentuados e 72% sofriam de depressão profunda, índices
espantosamente altos em relação ao restante da população. E dentro do grupo, os
poetas são mais propensos ao transtorno bipolar, mas são mais sociáveis e menos
introspectivos do que os romancistas que têm uma inclinação grave à depressão,
ao vicio e à disfunção afetiva.
Cinquenta escritores foram
analisados. Apenas um foi considerado normal: Guy de Maupassant. Os mais
desequilibrados? Tolstói, Fitzgerald, Hemingway e Joyce. O que faz do gênio um
louco? Para Hemingway, o bom escritor é basicamente um solitário. Conclui-se
que, para ser um bom escritor, não há a necessidade de ser louco, mas ajuda. Para
eles, a loucura é uma porta aberta para o mundo. Pena que eu seja
normalzinho...
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