O homem sempre encarou, mesmo que
inconscientemente, seu corpo como um mural artístico. No decorrer da história
sempre adornamos nosso corpo. E o adorno não representa apenas um caráter
estético, é também uma afirmação de individualidade perante os demais membros
da coletividade. Em tempos idos, distinguia profissões, religiões, status e
autoridade. Existem aqueles adornos removíveis, como pulseiras, brincos,
braceletes, piercing, até mesmo a vestimenta. Como também há os adornos
definitivos, como as tatuagens. E ainda os mais radicais, que implantam chifres,
modificam a dentição e as orelhas, como a mexicana Maria José Cristerna, na
foto acima, antes e depois da transformação.
A pré-história contém vestígios
de povos que cobriam o corpo com desenhos. Há registros de múmias tatuadas com
mais de 4 mil anos no Egito. Mas apesar da tradição de pintar o corpo, o papa
Adriano I a proibiu em 787, sob a alegação de que era coisa do demônio. Essa tradição
foi constatada pelo navegador inglês James Cook, no século XVIII, e pelo
pesquisador Charles Darwin, no século XIX. Por onde passaram, da Polinésia à
América do Sul, constataram a tradição dos povos de marcar o corpo com tintas,
por razões várias.
Apesar de toda essa tradição, e
da apreciação que os orientais têm pela tatuagem, o Ocidente ainda vê os
desenhos no corpo (e os adornos, de modo geral) com desconfiança. Não discuto o
gosto de certos adornos, mas o direito de usufruir do seu corpo (e enfeitá-lo)
como quiser. Sentir-se bem com o seu corpo é pré-requisito indispensável para
obter qualidade de vida e saúde mental. O corpo, tão comum, pode transformar-se
numa obra de arte singular, que faz bem ao dono e a quem o aprecia.
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