Existe uma diferença entre o
torcedor e o amante do futebol. Para este basta um bom espetáculo de futebol e
que vença o melhor para dar-se por satisfeito. O torcedor não! Só o espetáculo
não basta. Ele tem que torcer. O seu time não está jogando? Ele torce assim
mesmo. Com uma pequena diferença: ele torce contra. E se angustia tanto como se
o seu time estivesse em campo. No afã de torcer contra, ele rói unha, a mão
fica gelada, dá urros com gols perdidos. O fato de torcer contra um, não quer
dizer que esteja torcendo pelo outro. Não! Está torcendo contra mesmo. E não
basta vencer o melhor. O time para quem ele está torcendo contra tem que
perder.
O amante do futebol é equilibrado
e sensato. O torcedor é desequilibrado. Somente lhe interessa o resultado para
o qual torce. Essa semana estive nessa situação. Assistindo Boca Juniors, da
Argentina, e Fluminense, me vi torcendo contra o Fluminense. Estava torcendo
pelo Boca? Também não. Não nutro a menor simpatia pelo futebol argentino. Até
acho que o Fluminense é muito mais time do que o Boca. Mas torci contra o
Fluminense como se estivesse torcendo pelo meu time. Muito podem dizer: mas é
um time brasileiro contra um argentino! É brasileiro, mas não é o meu time.
Portanto, torço contra.
E não me venham com aquele
discurso politicamente correto, típico dos narradores de televisão, de que o
fluminense era o Brasil na Copa Libertadores. Não era! A seleção brasileiro tem
a camisa amarela e não tricolor. Outro discurso, também típico dos narradores:
é Brasil contra argentina. Também não é! Era o Fluminense, por quem eu torci
contra, e o Boca Juniors, da Argentina, um timinho medíocre, mas que sabe como
ninguém disputar a Copa Libertadores. Não sei se serve de consolo aos
tricolores cariocas, mas eu também torci contra o Vasco e torcerei contra o
Corinthians e Santos.
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