A frase acima é do personagem
Gracin, da peça de teatro Entre quatro
paredes, do filósofo francês Jean-Paul Sartre, escrita em 1944. Através do
seu personagem, Sartre nos fala sobre a subjetividade que há nas relações entre
os indivíduos, que pode levar, quando não temos o discernimento de que cada um
responsável pelas consequências de suas escolhas, a conflitos. Para Sartre, a
existência precede a essência. A essência somente virá a partir de uma série de
decisões que tomaremos no decorrer da vida. E somente nós somos responsáveis
por essas decisões. Em outras palavras, somos os únicos responsáveis pela nossa
essência.
Todo esse preâmbulo é para falar
do pastor Lúcio Barreto, da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, que,
para chamar os jovens para um culto na igreja Missão Evangélica Praia da Costa,
em Vila Velha, no Espírito Santo, colocou uma foto sua “cheirando” uma Bíblia.
De imediato, “cabeças pensantes” criticaram duramente o pastor, acusando-o de
associar o Evangelho ao vício e às drogas. Bobagem! O inferno está nas cabeças
desses botocudos. Ao pastor usou uma estratégia que ele acredita ser a mais
eficaz para atrair jovens que tem envolvimento com drogas. É uma decisão dele!
Ele conhece a sua clientela.
Quem também sofreu o
patrulhamento religioso foi o comediante Renato Aragão, o Didi. Ele iria gravar
um filme chamado O segundo filho de Deus,
o que ele nega, onde seu personagem, Didi Mocó, seria enviado à terra para cumprir
uma missão que Jesus não teria conseguido. A produtora do filme nega que esse
seria o roteiro. De imediato os botocudos encheram as redes de sociais de
ataques ao comediante. Mais uma vez o inferno está na cabeça descerebrada de
quem ataca! O filme é uma peça de ficção, assiste-o quem quer. Não podemos
ficar à mercê dos infernos alheios, podando a nossa liberdade de criar e fazer
escolhas. Na minha essência mando eu!
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