Além de Jorge Amado e Nelson Rodrigues,
o escritor, dramaturgo, jornalista e poeta Joaquim Lúcio Cardoso Filho também faria
cem anos em 2012. Nascido em Curvelo, Minas Gerais, em 14 de agosto de 1912,
Lúcio Cardoso vem de uma família tradicional que gerou vários políticos, entre
eles o seu irmão, Adauto Lúcio Cardoso, que foi senador e ministro do Supremo
tribunal Federal. Ao lado dos romancistas Otávio de Faria e Cornélio Pena, e do
poeta Vinicius de Moraes foi um dos expoentes da literatura brasileira na
década de 30.
Seu primeiro romance é de 1934, Maleita, seguido de Salgueiro, do ano seguinte, ambos de cunho sociológico e
regionalista. No entanto, a partir da década de 40, seus romances ganham um
cunho psicológico, colocando em questão valores fundamentais como o bem e o
mal. É o caso de Mãos vazias, ainda
na década de 30, e Inácio, de 1944. Sua
obra-prima é Crônica da casa assassinada,
de 1959, que reconstrói de maneira admirável o clima de morbidez que
envolve os ambientes e os seres. Em 1961, Lúcio Cardoso publica Diário I, onde faz um relato contundente
da sua homossexualidade. A intenção era lanças os volumes II a V, mas um
derrame cerebral no ano seguinte o impossibilitou de escrever.
Há um episódio interessante que
envolve a homossexualidade de Lúcio Cardoso na biografia de Clarice Lispector, escrita
por Nádia Batella Gotlib. Segundo Nádia, Lúcio e Clarice se conheceram na década
de 40 e ela se apaixonou por ele, não sendo correspondida. Ela também teria
sido apaixonada pelo cronista Paulo Mendes Campos, mas também não foi
correspondida, pelo fato dele ser casado. Segundo Nádia, essas duas paixões não
correspondida teriam moldado a literatura da escritora. Lúcio Cardoso morreu em
1968, aos 56 anos.
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