quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Lúcio Cardoso


Além de Jorge Amado e Nelson Rodrigues, o escritor, dramaturgo, jornalista e poeta Joaquim Lúcio Cardoso Filho também faria cem anos em 2012. Nascido em Curvelo, Minas Gerais, em 14 de agosto de 1912, Lúcio Cardoso vem de uma família tradicional que gerou vários políticos, entre eles o seu irmão, Adauto Lúcio Cardoso, que foi senador e ministro do Supremo tribunal Federal. Ao lado dos romancistas Otávio de Faria e Cornélio Pena, e do poeta Vinicius de Moraes foi um dos expoentes da literatura brasileira na década de 30.
Seu primeiro romance é de 1934, Maleita, seguido de Salgueiro, do ano seguinte, ambos de cunho sociológico e regionalista. No entanto, a partir da década de 40, seus romances ganham um cunho psicológico, colocando em questão valores fundamentais como o bem e o mal. É o caso de Mãos vazias, ainda na década de 30, e Inácio, de 1944. Sua obra-prima é Crônica da casa assassinada, de 1959, que reconstrói de maneira admirável o clima de morbidez que envolve os ambientes e os seres. Em 1961, Lúcio Cardoso publica Diário I, onde faz um relato contundente da sua homossexualidade. A intenção era lanças os volumes II a V, mas um derrame cerebral no ano seguinte o impossibilitou de escrever.
Há um episódio interessante que envolve a homossexualidade de Lúcio Cardoso na biografia de Clarice Lispector, escrita por Nádia Batella Gotlib. Segundo Nádia, Lúcio e Clarice se conheceram na década de 40 e ela se apaixonou por ele, não sendo correspondida. Ela também teria sido apaixonada pelo cronista Paulo Mendes Campos, mas também não foi correspondida, pelo fato dele ser casado. Segundo Nádia, essas duas paixões não correspondida teriam moldado a literatura da escritora. Lúcio Cardoso morreu em 1968, aos 56 anos. 

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