A exemplo de Equador, Rio das Flores, o segundo romance de Miguel Sousa Tavares,
lançado em 2007, é fruto de uma refinada pesquisa histórica. O livro conta a
história de três gerações dos Ribeira Flores, uma família de latifundiários do
Alentejo, em Portugal. Filhos de um monarquista conservador, Diogo e Pedro polos
opostos no seio familiar. Diogo, intelectual e amante da democracia, abandona
as propriedades da família, o país e a esposa para viver com uma mulata no
interior de São Paulo. Pedro, ligado umbilicalmente à propriedade, chega a
lutar na Guerra Civil Espanhola ao lado dos franquistas.
O enredo do livro compreende o
período de 1915 e 1945 e cruza as histórias de Portugal, da Espanha e do
Brasil, permeando a ficção com detalhes e personagens históricos. A primeira
década do século XX foi marcada por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o
preço a pagar pela liberdade parece demasiado alto. E é nesse ambiente que os
irmãos Diogo e Pedro vão buscar a felicidade por caminhos opostos. Com grande
habilidade em casar ficção e história, Miguel Sousa Tavares faz uma crítica a
tudo que limita a liberdade humana.
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