Pesquisa feita pela Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que 1,5 milhão de adolescentes e adultos
consomem maconha diariamente no Brasil. Ainda de acordo com o estudo, 7% da
população adulta (entre 18 e 59 anos), ou seja, oito milhões de pessoas, já
fumou maconha pelo menos uma vez na vida. Entre os adolescentes esse número é
de 600 mil, destes, 10% se tornarão dependentes. Estima-se que mais de 1% da
população masculina é dependente e existam 1,3 milhão de dependentes da maconha
no país.
Podemos associar essa pesquisa à
outra, do deputado federal Genival Carimbão (PSB-AL). Segundo a pesquisa do
deputado, a população brasileira cresceu 110% nos últimos 40 anos. No mesmo
período, a população carcerária cresceu quase 1.000%. Entre os crimes
praticados pela população intramuros, 80% está relacionado às drogas, seja o
tráfico, o roubo, o furto ou até mesmo o latrocínio, praticados por dependentes
para obter a droga. Um preso custa ao erário R$ 2.500 mensais num sistema
prisional sem a menor infraestrutura.
Os dados dessas duas pesquisas
deve nos levar a refletir sobre a política de repressão às drogas adotada no
país. Indiscutivelmente, as drogas mais pesadas devem continuar a margem da lei
pelos estragos sociais que provocam. Mas mesmo nesses casos, é necessário haver
a distinção entre o usuário e o traficante. No entanto, ainda não consegui
encontrar uma justificativa para que a maconha continue a ser colocada no mesmo
patamar que as drogas mais pesadas. É uma droga que traz malefícios à saúde?
Sim, é verdade. Mas o cigarro também! O dependente quando a consome sai do seu
estado normal e pode cometer crimes? Sim, é verdade. Mas o álcool também! Os
malefícios trazidos pela maconha são similares aos trazidos por drogas lícitas,
como o álcool e o tabaco.
É muito mais racional e barato
investir em prevenção e ressocialização (o que não vem sendo feito da forma
como deveria) do que na repressão (o que também não vem sendo feito como
deveria). Um usuário em recuperação custa aos cofres públicos R$ 800,00, três
vezes menos do que um preso. É menos oneroso legalizar a maconha e investir em
prevenção e ressocialização do que continuar a reprimir e mandar dependentes
para um sistema prisional que não recupera ninguém.
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