quarta-feira, 29 de agosto de 2012

68 contos de Raymond Carver


Essa coletânea reúne quase toda a totalidade da obra do americano Raymond Carver, escrita entre as décadas de 60 e 80. Nascido em 1938, a sua literatura tem um forte componente autobiográfico: casou cedo, trabalhava em empregos mal remunerados, teve problemas com o consumo excessivo de álcool (vício que largou somente aos 40 anos) e morreu em decorrência do tabaco, aos 50 anos, em 1988. A coletânea permite ao leitor conhecer a grande polêmica que envolveu o escritor americano e seu editor, Gordon Lish.
Os dois se conheceram em 1967 quando trabalhavam numa editora e logo Carver tomou coragem de mostrar seus textos ao colega. Lish passou não apenas a dá conselhos, mas também, com autorização de Carver, a suprimir frases e mudar títulos, criando um dos mais emblemáticos casos de dupla autoria na literatura. Um exemplo nessa coletânea são os contos O banho (versão de Lish) e Uma coisinha boa (versão de Carver). A versão de Carver possui vinte páginas. A de Lish, oito.
O fato é que Carver se notabilizou como um grande contista (talvez pelo tempo exíguo que tinha para escrever), com um estilo de frases curtas, secas, distanciadas, nada heroicas. Aliás, heróis não são o forte dos personagens carvernianos. Os problemas com álcool, as desavenças afetivas, as crises de existências são uma constante em seus contos. Apenas em alguns momentos surge algo parecido com felicidade, como na narrativa Do que falamos quando falamos de amor. O fato é que a narrativa de Carver sempre deixa uma reticência na imaginação do leitor... 

Um comentário:

  1. Eu estou muito apaixonada pelo que já li sobre Carver, quero muito ler algo de sua autoria!

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