A literatura, como tudo nessa
vida, vive de fases, de “modas”. Depois da “Era dos vampiros” tendo como carro
chefe a série Crepúsculo, a bola da
vez é a “Era do sexo”, tendo a frente Cinquenta
Tons de Cinza, da inglesa E. L. James. O negócio é falar de sacanagem que
todo mundo gosta (inclusive eu, sou normal). Naturalmente que o sexo na literatura
não começa nem termina com Cinquenta Tons
de Cinza. O “insípido” José de Alencar já colocava suas unhas de fora no
século XIX em O cortiço, ao detalhar
os atributos de Rita Baiana. E muito antes dele a sacanagem rolava solta nas
brochuras (sem querer fazer trocadilho de espécie alguma).
Um pouquinho depois, em 1928, D.
H. Lawrence chocou a todos com O amante
de Lady Chatterley, ao descrever cenas tórridas de sexo entre a adúltera
Constance e seu amante operário Oliver. Na década de 50 temos A história de O, de Pauline Réage, um
livro inapropriado para mentes sensíveis demais. O livro é um tratado de
sadomasoquismo e congêneres. Na década de 70 vamos ter Nove semanas e meia de amor. Não é o filme! Perto do livro, a
película é um manual de escoteiros. O livro é a revelação das memórias sexuais
de uma mulher de negócios com um parceiro que conheceu casualmente.
Aqui no Brasil, João Ubaldo
Ribeiro lançou nos anos 90 A casa dos
budas ditosos, o meu preferido. A personagem sexagenária conta suas
memórias sexuais despudoradas e muito criativas. É um livro genial, que
poderiam aproveitar a onde de sacanagem no meio editorial para relança-lo. A
notícia noticia ruim (pelo menos para mim) é que a minha musa literária, a
chilena Isabel Allende disse na Flip de 2010 que o sexo na literatura funciona
melhor quando apenas sugerido, sem muitos detalhes. Discordo! Quanto mais
detalhes, quanto mais picante, melhor. A boa notícia é que ela garantiu que
está esperando sua mãe morrer para escrever um livro “realmente erótico”. Vamos
esperar então, mas sem torcer...
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