Estamos acostumados com o ar
austero dos tribunais. Quando vemos os ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), a suprema corte brasileira, entrando no plenário para discutir a
constitucionalidade das leis do país, logo nos lembramos dos lordes ingleses
entrando em salões suntuosos para tomar o chá das cinco. Sabemos que não é bem
assim. Ali, como em qualquer ambiente de trabalho há competição profissional,
vaidades pessoais, fofocas e intrigas. A
discussão entre os ministros Joaquim Barbosa e César Peluso mostrou que o STF
está mais para o boteco do Birica do que pra salão nobre inglês.
Em entrevista ao site Consultor jurídico, Peluso disse que
Barbosa tem uma personalidade difícil e tem uma pessoa insegura. Barbosa, em
resposta, disse que Peluso “se acha”.
Se fosse no boteco do Birica a
conversa seria diferente:
- Viado! – xingou Quincas.
- Viado é você! – rebateu Cezão.
- Olha o palavrão, bando de filho
da puta! – repreende Birica.
Enquanto os ministros do STF eram
escolhidos entre os melhores e mais brilhantes, entre aqueles de notável saber
jurídico e reputação ilibada, o judiciário tinha a cara do judiciário. Depois
que passou a prevalecer a indicação política, o judiciário está cada vez mais
parecido com o executivo e o legislativo. Nem o mais delirante dos ficcionistas
imaginava ver uma discussão de porta de
botequim entre ministros da mais alta corte do país.
- Mais uma cerveja, Birica!
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