Na maioria das vezes procuramos o livro para ler. Algumas vezes (poucas, diga-se) o livro te procura. Foi o que aconteceu com A casa da água, de Antônio Olinto. Achei-o por acaso numa banquinha de promoção num sebo. Uma edição antiga do Círculo do Livro que me custou R$ 8,00. É um livro fascinante! Mas as boas notícias não terminaram aí. Já ao término da leitura, descobri, por acaso, que ele é o primeiro volume de uma trilogia chamada Alma da África, cujo segundo volume é O rei de keto e o terceiro é Trono de vidro. Comprei-os imediatamente e deles falarei depois de lê-los.
A história começa em fins do século XIX, uma década após a abolição da escravidão no Brasil e atravessa 70 anos. Era uma época em que muitos ex escravos voltavam para a África e eram chamados de agudás. Catarina, ex escrava, resolve voltar à Nigéria, onde tinha sido vendida pelo tio, levando consigo a filha, epifania e os netos. Mariana, uma das netas de Catarina, é a personagem central do romance. Mulher de gênio forte e espírito empreendedor, torna-se uma rica comerciante com negócios nas colônias europeias no golfo do Benin.
O título da obra refere-se a uma construção em Lagos, na Nigéria, uma casa com poço artesiano feita por brasileiros. E é exatamente a partir de um poço que a fortuna de Mariana irá ser erigida. A trilogia Alma da África é consequência do tempo em que Olinto serviu o governo brasileiro como adido cultural na Nigéria e lá conheceu vários agudás. A casa da água foi escrito em três meses, entre junho e setembro de 1969. O livro apaixonante que revela todo o carinho e o interesse que o autor tinha pela África.
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