O escritor alemão Gunter Grass (foto acima) publicou nessa quarta um poema em prosa com duras críticas à Israel. Intitulado O que é preciso dizer e publicado no jornal alemão Suddeutsche Zeitung e no espanhol El país, o poema diz que Israel com suas armas atômicas “coloca em perigo a paz mundial por si só já frágil”. O poema ainda denuncia eventuais ataques preventivos israelenses contra instalações nucleares iranianas como um projeto que poderá “exterminar o povo iraniano”. Diz que Israel dispõe de um “crescente potencial nuclear, fora de controle, já que é inacessível a qualquer inspeção”. Grass denunciou também o “silêncio geral sobre esse fato”, numa clara alusão à conivência das potências ocidentais com relação à Israel.
Grass, Prêmio Nobel de Literatura em 1999, admitiu em 2005 ter feito parte, aos dezessete anos e por nove meses, das Waffen-SS, uma tropa de elite do exército nazista. Na época da revelação, os judeus pediram a cassação do prêmio ao escritor, o que foi negado pela academia sueca. Claro que as revelações do passado potencializaram as reações ao poema e mais uma vez foi pedida a retirada do prêmio e mais uma vez a Academia Sueca negou, afirmando que a decisão de premiar Grass em 1999 esteve baseada nos seus “méritos literários”.
Não se discute que os crimes atrozes cometidos contra os judeus na Segunda Guerra foram abomináveis e não devem jamais ser esquecidos. Mas também não podemos passar o resto da eternidade pedindo desculpas e nos sentindo culpados pelo que aconteceu. As potências mundiais tratam Israel como um marmanjo que tudo pode por que teve coqueluche na infância. Após a segunda Guerra, cheios de culpa por não terem evitado o Holocausto, as potências vencedoras tentaram recompensar os judeus com um país independente, não se preocupando com outros povos que vivia na mesma área destinada à criação de Israel.
Até hoje esse país recebe proteção e apoio financeiro dos EUA. Tornou-se uma das nações mais bem armada do mundo e com um arsenal atômico desconhecido. E ninguém ousa apontar-lhe o dedo sob pena de ser chamado de antissemita. Não se ignora os perigos que os judeus estão sujeitos com os vizinhos que tem, mas já está na hora de pararmos de pedir desculpas e enquadrar o Estado de Israel nas mesmas regras a que outras nações estão submetidas.
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