João Goulart foi derrubado em março de 1964 por que os militares queriam frear as reformas sociais que o seu governo estava fazendo com o intuito de aprofundar a democracia no brasil. O presidente tinha o apoio das esquerdas que, unidas, defendiam a manutenção do Estado democrático de direito e o respeito à constituição do país. Após o golpe, a esquerda passou a combater a ditadura militar e lutar por democracia no país. Todo esse parágrafo é tão falso quanto uma jura de amor de pau duro.
A esquerda brasileira não apoiava o governo de João Goulart. Preferia-o a uma ditadura militar. Portanto, o governo Goulart era um mal menor. Ou um inimigo mais fácil de ser derrotado. Se o fraco e incompetente João Goulart não tivesse sido deposto pelo golpe militar (golpe, não revolução), teria sido deposto por um golpe da esquerda (golpe, não revolução), se ela tivesse força e unidade para isso. Aí teríamos uma “ditadura do proletariado” que, como o nome diz, não é uma democracia.
A esquerda é tão democrática que tentou impedir que militares comemorassem o aniversário de 48 anos do golpe militar no mês passado. Sábado passado, divulgaram o endereço do legista que assinava atestados de óbitos falsos para justificar as mortes de presos políticos. Por que eles não fazem o mesmo e denunciam os asseclas dos barbudos cubanos que a mais de meio século estão fossilizados no poder na ilha caribenha?
Agora tentam criar uma tal de Comissão da Verdade para reabrir processos que apurarão crimes cometidos durante a ditadura. Mas apurarão os crimes cometidos pelos militantes de esquerda também (assaltos, sequestros e assassinatos)? Aaaaah, mas esses crimes foram cometidos em nome da causa, para combater um governo autoritário! Os crimes dos militares também foram cometidos em nome da causa. Da causa daqueles que acreditavam que o comunismo tinha que ser combatido por que era uma ameaça para o país.
De que lado está a verdade? Para os dois lados, a verdade está do seu lado.
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