terça-feira, 24 de abril de 2012

A caça aos incautos


Pode parecer implicância, mas não é. Vou dizer novamente: igreja é a melhor e menos arriscada forma de se ganhar dinheiro. Muito dinheiro. É isenta de impostos e vende um produto que o “cliente” não tem como reclamar caso não o receba. Nunca vi ninguém voltar do além para reclamar no Procon que foi parar no inferno e não no paraíso, cujo ingresso foi comprado através do dízimo. Encontrar testemunhas então é impossível. Todas tiveram o mesmo destino. Para provar que o dinheiro anda fácil nesse setor, vamos aos números.
Não vou nem me referir à compra de fazendas no valor de quase R$ 30 milhões feita pelo “missionário” Valdemiro Santiago. Em dinheiro vivo! Fato denunciado pelo irmão siamês do “missionário”, o “bispo” Edir Macêdo. Por falar nele, a sua igreja, a Universal do Reino de Deus, comprou no início do ano um prédio no centro de Los Angeles por U$ 17,5 milhões. De dólares! Não se sabe qual o destino do novo imóvel, se vai ser escritório da igreja ou mais circo de horrores, tão comum nos cultos da Universal.
Os “investimentos” de Macêdo não param por aí. Seus emissários articulam a criação de uma canal aberto de TV dedicado totalmente aos cultos da igreja, a iurdTV, que utilizará a estrutura física e as retransmissoras da da Rede Família e da TV Mulher, como também alugará outras retransmissoras no interior do país. Valores? Técnicos do setor avaliam que o projeto não sairá por menos de R$ 100 milhões. É muito dízimo! Mas ainda não acabamos.
A Band vai faturar R$ 280 milhões de maio desse ano até maio de 2013 com a venda de 43 horas semanais para três tele evangelistas: Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça e Silas Malafaia, aquele que tem um problema freudiano mal resolvido com o movimento gay. Esse valor representa 30% do faturamento bruto da emissora e 25,5% da sua grade de programação.
Não há no Brasil uma legislação que regule a venda de horários pelas emissoras de TVs, que são concessões públicas, nem esses programas televisivos das igrejas, que são isentas de impostos e “vendem” o que querem, da cura à salvação. Está na hora de tributar o dízimo!  

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